quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Silvino de Macedo: Herói picuiense


Amigos de Picuí

Peço um pouco de atenção

Pois quero contar a história

De um herói desta nação

É o sargento Silvino de Macedo

A quem faço alusão


Considerado por Dr. Felipe

“o maior exemplo de coragem”

Viveu em nossa terra

Seus tempos de molecagem

Mas foi no Rio e Recife

Que mostrou sua imagem


Foi mártir de um ideal

No início da República

Desafiou um presidente

Em defesa da coisa pública

Falar em democracia

Foi sua ultima súplica

Foi executado com bravura

Típico de um grande herói

Não se curvou ao inimigo

Mostrando como se constrói

A figura de um sargento

Que o tempo não destrói


Silvino Honório de Macedo

De Picuí é natural

Nasceu na Rua Cel. Lordão

Casa Nº em 9 especial

Benta Maria da Conceição

Foi sua figura maternal


Na igreja de São Sebastião

Silvino foi batizado

Por Manuel Franklin de Souza

Um pároco respeitado

Em nome do santo guerreiro

O menino foi abençoado


Ainda criança em Picuí

Na fazenda umburana

Eram comuns as traquinagens

Muitas vezes leviana

Como furar o pé com xiquexique

Fingindo ser cobra caninana


José Luciano de Macedo

Seu pai, um lutador

Manda pegar a família

Por um amigo vendedor

João papagaio, no lombo jumento

Foi quem fez este favor


Pouco tempo em Recife

Ingressa na marinha

Ainda como aprendiz

Pois idade não tinha

Com tempo sargento

Quem sabe um dia pracinha


Já no Rio de Janeiro

Apoiou a proclamação

Na República de Deodoro

Defendeu a Constituição

Não aceitou, entretanto

Do presidente a abdicação


Como deodorista convicto

A renuncia não aceitava

Lutou contra Floriano

O presidente que entrava

Defendendo a carta magna

Que ele acreditava


Durante a crise política

Liderou uma revolta

Foi na fortaleza Santa Cruz

Buscando uma reviravolta

Enfrentou o marechal de ferro

Sem nenhuma escolta


Entendia que Floriano Peixoto

Não era legítimo presidente

Pois não foi eleito pelo povo

E se mostrava intransigente

Portanto, era preciso

Defender a lei vigente


Não teve sucesso, foi preso

Por sua coragem ganhou anistia

Mas não se vendeu a Floriano

Continuou com autonomia

Por isso foi novamente detido

Contrariando a democracia


Em janeiro de 1894

Quando a Recife voltava

Por um soldado foi abordado

Quando uma lembrança comprava

Não reagiu um só momento

Pois medo não demonstrava


O general Leite de Castro

Um conselho logo formou

Ilegítimo, é verdade

Mas nada adiantou

O destino de Silvino

Foi ele quem selou


A sentença de seu desafeto

Floriano Peixoto

O marechal de ferro

Disse com seu jeito ignoto

“Fuzile sem formalidades”

Esse rebelde garoto


Embaixo de uma mangueira

Sob as ordens do xerife

Próxima a matriz dos afogados

Marque o lugar, grife

Silvino Honório de Macedo

Foi fuzilado em Recife


O mártir da imbiribeira

Como ficou conhecido

Dava a voz de comando

Quando ouviu o estampido

“Direto ao coraçã...”

Quando caiu combalido


O sargento picuiense

Que defendia a legalidade

Foi sepultado em Recife

Com a maior naturalidade

Como se este herói

Não merecesse nossa paternidade


Mas Felipe Tiago Gomes

Defendeu sua origem

Acabando com as dúvidas

Que a nós sempre afligem

Valorizando nossa história

Novas páginas redigem


Hoje vemos o mausoléu

Feito em sua homenagem

Entendemos a lição

Que ficou com sua imagem

De um jovem picuiense

Que enfrentou a morte com coragem


Robson Rubenilson

15/02/2009